sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

SONÊTO DE FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zêlo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face de maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu pranto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte,angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal,pôsto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de moraes

4 comentários:

  1. Obrigado pela partilha e palavras deixados no meu blog.

    Bem haja

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  2. Um poema que acho magnífico! Bela escolha, boa semana.

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  3. ESte é um dos mais belos sonetos de Vinicius de Moraes do qualdestaco:
    E assim, quando mais tarde me procure
    Quem sabe a morte,angústia de quem vive
    Quem sabe a solidão, fim de quem ama"

    Esta passsagem diz tudo sobre a transitoriedade das coisas e a intensidade que devemos pôr nos momentos (breves) em que sentimos o mundo em nossas mãos.


    Abraço

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