quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A IMPORTÃNCIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Os utilitaristas que ,como Bentham, acreditam que a felicidade é unicamente um estado de espirito bem- aventurado ficam sujeitos a outra objecção.A sua teoria sugere que o mundo seria moralmente melhor se se misturasse no abastecimento de água uma droga como ecstasy, provocando alterações no estado de espirito, mas aumentando o prazer global.No entanto, quase toda a gente acha que uma vida com menos momentos bem-aventurados, mas com possibilidade de escolher como os atingir, seria preferível a esta situação e que a pessoa que misturasse a droga ao fornecimento de água teria feito algo de imoral.
Considere, ainda, outro caso díficil para o utilitarista . Enquanto Kant afirma que devemos manter as nossas promessas sejam quais forem as consequêcias, os utilitaristas calculariam a felicidade provável que resultaria , em cada caso, de manter ou faltar às promessas, agindo depois em conformidade com o resultado do cálculo. Os utilitaristas poderiam muito bem concluir que, nos casos em que soubessem que os seus credores se haviam esquecido de uma dívida e que não seria provável que alguma vez se lembrassem dela, seria moralmente corecto não pagar a dívida .A maior felicidade de quem fica a dever,, em função do seu aumento de riqueza, pode muito bem ultrapassar qualquer infelicidade que sentisse em relação a enganar os outros. E o credor não sentiria, presumivelmente, nenhuma ou quase nenhuma infelicidade, uma vez que se teria esquecido da dívida.
Mas,em tais casos, a integridade pessoal parece constituir um aspecto importante da interacção humana.

Nigel Warburton,

Elementos básicos da Filosofia

1 comentário:

  1. Alex

    Penso que a conduta humana apesar de impulsionada por uma mente extremamente complexa, se deve reger por regras muito simples.
    O velho chavão de que a minha liberdade acaba onde começa a do outro faz todo o sentido.
    Eu tenho o direito de ser livre e agir de acordo com a minha vontade até onde os meus actos não recaiam sobre terceiros, prejudicando-os e coarctando-lhes a liberdade.


    Abraço

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