quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

SEM

Ergueram-se na manhã, tinham costumes que nos são estrangeiros, a que não faltava orgulho. Era gente de poucos haveres mas também de poucas necessidades, e quanto a sabedoria, nenhum valor atribuíam à quase nenhuma que tinham. Alguém os comparou ao fogo dos cardos; quem assim falava talvez lhes conhecesse o ardor, mas não sabia certamente da sua imensa doçura. Tinham certas incompatibilidades, não serei eu a negá-lo, e odiavam esse comércio da alma que sempre prosperou entre as pernas. A mim não me são indiferentes; sobretudo por aquela sua obstinação em multiplicar sobre o corpo os lugares de amor.



Silêncio Culpado disse...
Alex
Tens aqui algumas imagens de grande beleza e de grande profundidade que tornam a mensagem deveras interessante.
Apenas com um reparo quando dizes que
"quanto a sabedoria, nenhum valor atribuíam à quase nenhuma que tinham." É que, Alex, toda a gente tem sabedoria e não são as condições agrestes que lha tiram, bem pelo contrário. Só que essa sabedoria poderá não ser uma sabedoria cultivada, estruturada por objectivos, contextualizada no ambiente que rodeia. Mas não deixa de ser sabedoria.
Há pois que dar asas ao conhecimento para que ele cresça e que, como dizia Lenine, liberte o homem.
A frase "aprender, aprender sempre" deve pois ser uma orientação de vida. Sem complexos. Porque quem perdeu tudo já nada tem a perder e tem todo o mundo a ganhar.

Abraço

22 de Janeiro de 2009 10:06

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