sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

HÁ PERGUNTAS QUE TÊM QUE SER FEITAS

Quem quer que sejas, onde quer que estejas
Diz-me se, é este o mundo que desejas?
Homens rezam, acreditam,morrem por Ti
Dizem que estás em todo lado,mas não sei se já te vi
Vejo tanta dor no mundo, pergunto-me se existes
Onde está a tua alegria,neste mundo de homens tristes?
Se ensinas o bem, porque é que somos maus por natureza?
Se tudo podes, porque é que não pões comida à minha mesa?
Perdoa-me as dúvidas, tenho que perguntar
Sou o teu filho e Tu me amas, porque é que me fazes chorar?
Ninguém tem a verdade, o que sabemos são palpites
Sangue é derramado, em Teu nome é porque o permites
Se me deste olhos, porque é que não vejo nada?
Se sou feito à Tua imagem, porque é que eu durmo na calçada?
Será que pedir a paz entre os Homens, é pedir demais?
Porque é que sou discriminado, se somos todos iguais?
Porquê? Porque é que os Homens se comportam como irracionais?
Porque é que guerras e doenças matam cada vez mais?
Porque é que a paz não passa de ilusão?
Como pode o Homem amar com armas na mão?
Porquê? Peço perdão pelas perguntas que têm que ser feitas
E se eu escolher o meu caminho será que me aceitas?
Quem és Tu? Onde estás ? O que fazes? Não sei
Eu acredito é na paz e no amor
Por favor, não deixes o mal entrar no meu coração
Dou por mim a chamar o teu nome, em horas de aflição
Mas, tens tantos nomes, és Rei de tantos tronos
Se o Homem nasce livre, porque é que alguns são donos?
Quem inventou o ódio?
Quem foi que inventou a guerra?
Às vezes acho que o inferno, é um lugar aqui na Terra.
Não deixes crianças, sofrer pelos adultos
Os pecados são os mesmos, o que muda são os cultos
Dizem que ensinaste o Homem a fazer o bem
Mas no livro que escreveste, cada um só lê o que lhe convém.
Passo noites em branco, quase sem dormir a pensar
Tantas perguntas, tanta coisa por explicar.
Interrogo-me, penso no destino que me deste
E tudo o que me acontece, é porque Tu assim quiseste
Porque é que me pões de luto e me levas quem eu amo?
Será que é essa a justiça pela qual eu tanto reclamo?
Será que só percebemos quando chegar a nossa altura?
Se calhar desse lado está a felicidade mais pura
Mas se nada fiz, nada tenho a temer
A morte não me assusta, o que assusta é a forma de morrer.

Autor: BOSS AC
publicada por alex às 23:40 4 Comentários

Silêncio Culpado disse...
Alex
É lindissímo este poema. Todos nós, uns mais que outros, temos feito estas perguntas em diferentes momentos da nossa vida.Quantos as trauteiam na angústia e no medo?!...Não sei porque "têm que ser feitas as perguntas" se não há respostas. Pelo menos não há aquelas respostas que procuramos. Porque a vida é um mistério que não nos é dado conhecer na totalidade. Nenhum sábio conseguiu desvendar todos os mistérios do Universo."Enterrada sob a Suíça e a França, está a máquina mais perfeita e cara desde que a Humanidade existe, segundo as vozes autorizadas.Custou oito mil milhões de dólares, demorou vinte anos a construir, tem vinte e oito quilómetros de comprimento,nove mil físicos trabalham com ela, dará resposta a todas as questões levantadas até hoje pela Ciência.Há quem acredite que ficaremos, inclusivé, a saber como foi criado o Universo desde o exacto início do Big Bang.Só que, facto inesperado e incontornável, o acelerador de partículas (pois é dele que estamos falando)...avariou!!Pelo que a tão decantada maravilha técnica se encontra parada e em recuperação ao fim de nem sequer um mês de funcionamento!Esta situação recorda-me uma experiência de que tive conhecimento na minha já distante adolescência e que consistia em fabricar água segundo todas as regras e respeitando todas as proporções dos elementos que a compõem, colocando depois lá um peixe.Os cientistas fizeram tudo quanto tinham a fazer, criando uma água pura e correcta. Simplesmente, o peixe em quem recaiu a honra de provar que a Humanidade era capaz de criar água sem problema algum, decidiu morrer sem grandes delongas. Tal como os que se lhe seguiram.O riso de Deus deve, neste momento, ecoar por todos os recantos do Universo e arredores, creio eu.E a pergunta que coloco é esta: quando aprenderá a Humanidade a não se ver como omnipotente e a deixar de ver um leão onde está um gato?!(Texto da minha amiga São Banza)."Também eu teria muito a dizer sobre esta reflexão. Mas fica para outros diálogos destes posts magníficos.Abraço
24 de Janeiro de 2009 9:45
alex disse...
obg. lídia por estes comentários que me deixam sempre mais rica e confiante. Todos os dias c/ ajuda vou tirando alguns tijolos da parede sabendo que do outro lado existem muitas pessoas que me podem ajudar ou que precisam da minha ajuda .Isso é extremamente edificante. bjx grandes e uma boa viagem
24 de Janeiro de 2009 10:53
sideny disse...
Alexninguém sabe como sera a sua forma de morrer.e como nao fazemos a minima ideia, o melhor que temos, é mesmo viver sem pensar muito nisso.por isso menina força e toca a viver, que ja se perdeu muito tempo.jinhos
24 de Janeiro de 2009 12:34
Odele Souza disse...
Alex, Obrigada por sua visita, comentário e pelo link do blog de Flavia. Este texto é fantástico. Também eu Alex, como tantos de nós, faço - sem infelizmente nunca ter tido respostas - as perguntas acima. Por que? Por que? Por que...?O que eu penso é que mesmo sem entender, temos que lutar pelo que consideramos justo. Mesmo que tenhamos que chorar, nos curvar diante do peso do que a vida nos reservou, será sempre com a espada na mão. Lutando!Um abraço com o meu desejo de BOM DOMINGO!
25 de Janeiro de 2009 4:26

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